terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pororoca


A pororoca

O encontro de suas águas com as águas do oceano provoca a pororoca (uma grande onda que percorre o rio por várias horas), que pode ser vista do espaço e cujo barulho pode ser ouvido a grande distância. O fenômeno da Pororoca que ocorre na região Amazônica, principalmente na foz do seu grandioso e mais imponente rio, o Amazonas, é formado pela elevação súbita das águas junto à foz, provocada pelo encontro das marés ou de correntes contrárias, como se estas encontrassem um obstáculo que impedisse seu percurso natural. Quando ultrapassa esse obstáculo, as águas correm rio a dentro com uma velocidade de 10 a 15 milhas por hora, subindo uma altura de 3 a 6 metros.

No Estado do Amapá, ela ocorre na ilha do Bailique, na "Boca" do Araguari, no Canal do inferno da Ilha de Maracá em diversas partes insulares e com maior intensidade nos meses de janeiro a maio. É sem dúvida, um dos atrativos turísticos mais expressivos, que embora temível, torna-se um espetáculo admirável por todos. Consta que Vicente Yáñez Pinzón e a sua tripulação presenciaram a Pororoca quando desceram a foz do Rio Amazonas e ficaram surpresos com a grandeza e a beleza ímpar do fenômeno. É sabido que em janeiro de 1500 ela quase destruiu as suas embarcações.

A pororoca prenuncia a enchente. Alguns minutos antes de chegar, há uma calmaria, um momento de silêncio. As aves se aquietam e até o vento parece parar de "soprar". É ela que se aproxima. Os caboclos já sabem e rapidamente procuram um lugar seguro como enseadas ou mesmo os pontos mais profundos dos rios para aportar suas embarcações seguras de qualquer dano, pois a canoa que estiver na "baixa-mar", onde ela bate furiosa e barulhenta, levando árvores das margens, abrindo furos, arranca, vira e leva consigo. Existem várias explicações da causa da Pororoca, porém a principal consiste na mudança das fases da lua, principalmente nos equinócios. com maior propensão da massa líquida dos oceanos, força que na Amazônia é percebida calculadamente a mais de mil quilômetros, e o barulho ensurdecedor ouve-se até com duas horas de antecedência à vinda da "cabeceira" da Pororoca. Quando ela passa formam ondas menores, os "banzeiros", que violentamente morrem nas praias.


Outros rios no mundo apresentam, em diferentes escalas, o mesmo fenômeno, com outras designações:

  • Na França, na foz dos rios Gironda, Charante e Sena é conhecido como mascaret e barre;
  • Na Inglaterra, na foz dos Tâmisa, Senern, Trent e no Hughly, com o nome de bore
  • Em Bangladesh, na foz do rio Megma, no delta do Bramaputra, como macaréu;
  • Na China, na foz do Lang-tse denominado em chinês como trovão e pelos britânicos de cager.
  • Na foz de rios e Bornéu e Sumatra, no Extremo Oriente;
  • Nos EUA na foz dos rios Colúmbia e Colorado.

Recentemente, no Brasil, o fenômeno tem atraído praticantes do surfe, transformando-se numa atração turística regional amazônica.

Veja mais em:

http://www.youtube.com/watch?v=EtPtSXrJ0Tk&feature=player_embedded#

http://www.surfandonaselva.com.br/Inicial